
Ao acordar de um sono descansado,
Abro os olhos e sinto-me despedaçado,
Algo mudou ou aconteceu de novo,
Algo me perturba e não me movo!
O peso na consciência,
Faz-me questionar a minha existência,
Não sei o que fiz, nem que se passou,
Mas de certo algo mudou!
Sinto-o neste corpo, que teima não se mexer
E a consciência diz-me que algo esta a acontecer,
Algo, que não consigo recordar
E continuo estático a pensar!
Encurtada foi minha memória,
Não sei desta vez qual a história,
Sei que ontem perdi a timidez
Desinibi-me de uma só vez,
Falei até mesmo sem pensar,
Falei sem saber o que estava a falar,
Mas continuo estático a reflectir...
A verdade não alcanço e parece estar a fugir,
Que fiz eu? É essa a minha questão...
Falei algo certo e com razão?
Disse o que sentia?
Ou apenas o que queria?
Continuo aqui estático a questionar,
Começo a sentir dores, sem saber o que se esta a passar!
Cada segundo que passa aumenta a confusão...
Que disse? Que fiz? Que sentiu meu coração?
Tento de novo adormecer, acabando com esta tortura
E fico ali deitado esquecendo a loucura,
Mais uma das muitas que a memória não solta,
Talvez uma atitude que não volta!
Por fim, adormeço no sono descansado
Para que todo o tormento seja apagado...
Vou acordar de novo e já nada questionar
Não importa que se passou, nem o que se esta a passar,
Já foi vivido, foi dito e talvez sentido,
Acordo, já sem estar ferido!
Foi apenas mais um pouco da vida que não recordo,
Acontece-me muito quando acordo,
Tudo de novo volta a acontecer,
Parece não existir ninguém para me deter,
Algo me move, nessas noites, sem parar,
Algo que o sono teima em apagar...
Perdura para sempre na cabeça, a questão!
Que disse? Que fiz? Que sentiu meu coração?
Aprendi a viver assim sem me preocupar
Há momentos que é melhor apagar!